quinta-feira, 21 de julho de 2011

canô.



Olhei-me pela webcam enquanto falava com uma amiga e percebi ter três metros de testa. Porém, resignei-me e segui dançando mesmo assim. Dançando sentada. Fazer o que?! Tinha que digitar.

Há alguns anos escrevi o seguinte texto:

Sabem o que eu sinto as vésperas de completar 31 anos? Além do soprinho no coração decorrente da minha imensa expectativa frente aos meus anseios tantos, sinto-me velha.

AMO viver e por isso tomei uma decisão deveras importante em minha vida. Quero viver muito! Quero ser uma velha ba(h)iana tal como Dona Canô. Quero ser uma velha ba(h)iana a beira de uma praia, num vilarejo qualquer ao sul da Bahia. Para tanto, submersa nessa vibe malemolente e delirante sonho em comemorar meu aniversário usando um turbante na cabeça, tomando vodca com gelo de água de coco e maracujá, fumando palha e sentido banzo pelas saudades d´África que é logo ali. Basta cruzar o Atlântico com umas boas braçadas. Doidona a gente acredita. Ai, que vontade louca de vatapá, de acarajé, de bobó, de farofa com dendê e de um delicioso manjar de sobremesa. Quero colares de presente. Muitos. Com centenas de cores referentes aos mais diversos Orixás. Louvo as divindades. Aliás, quero ser divindade. E dentre tantas outras coisas que desejo, uma não pode faltar: quero ter um eterno jeito de deusa. Toda velha ba(h)iana foi uma menina ba(h)iana (e toda menina ba(h)iana tem um jeito de deusa), não? Às sextas-feiras vestirei apenas o que for branco e ao longo de todo ano estarei absorta em meio a muitas e muitas oferendas aos deuses nagôs. Ritualizando a vida. Meu lema.

Quero viver, ao menos, 100 anos e muito bem. Bem louca. Quer coisa mais lounge que uma casa Canô? Canô é vintage. Canô é updated. Ui. Canô é life style. Canô é da minha época.

(...)

Ao ler esse texto concluí que estava ainda mais retardada a beira dos 31 e talvez por isso parecesse mais feliz.

Fiquei meio mexida com essa constatação.

Costumo ser tomada por uma energia Glenn Close Fatal Attraction quando contrariada. Relia essa porcaria enquanto esperava, madrugada adentro, por minha amiga que vive na civilização se conectar ao skype. Quando finalmente conseguimos nos falar fui comunicada pela própria que haveria visita em sua casa e, portanto não poderíamos conversar muito tempo. Sua tamanha soberba a fez ofertar-me a webcam aberta, por toda a noite, para que eu pudesse acompanha-las da minha cama, tal como uma voyeur desesperada. Tomada pela ira, segui rumo à cozinha com o intuito de beber uma taça de suco de uva. Porém, quebrei a merda da garrafa de vinho sem querer, ao abrir a geladeira, e não gozei de suco algum, tampouco de vinho. Desisti de tudo. Ao voltar para os meus aposentos e passar pelo espelho do corredor vi minha silhueta de grávida de 4 meses. Detalhe: não estou grávida sequer de um beija-flor. Fiquei a-pa-vo-ra-da e acabei voltando à cozinha. Enchi a cara de muito pão com nutella, tamanho o meu nervosismo. Ódio. Ando raivosa, mas eu me contenho, eu seguro a onda, eu me controlo. Arrependi-me. Madalena.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

divan. (frivolity)



você gosta de gato? Me amarro, mas tem gato maneiro e tem gato escroto. O da minha vizinha debaixo eu odeio. Vontade de matar. O foda é o dono. Esse sim merecia morrer. O gato mia sem parar, todos os dias, no mesmo horário. Inferno, gente!

(...)

ela mora lá e comprou um apartamento na planta no Grajaú. Cara, você conhece alguma rua do Grajaú? Conheço. A que minha tia mora. A rua Uberada. Caraca, a única rua que também conheço de lá. Por que será? Será que é porque todo mundo passa? Lá tem tanto pé direito alto.

Ai, gente, pelamordedeus! Digressing now! Que papo é esse? Porra! Querem fazer as aéreas ou estão muito loucas, muito chapadas mesmo! Eu aqui dizendo que estou me sentindo péssima e vocês falando do Grajaú? Que porra é essa, gente?! Meu cu, Grajaú! Tou obesa, chutei a porra do balde essa semana. Se eu ficasse um dia a mais sem malhar eu virava a Wilza. Mas eu chutei, sabe o porquê? Eu não sei por quê de porra nenhuma. Tou me sentindo um lixo. Uma gorda baranga e velha. Meu cabelo está um caos. Minha conta no banco bloqueada por causa de uma pendência que jamais soube que existia. Estou sem a porra do cartão de crédito e não posso gastar em nome da beleza. Essa grana que é sempre curta. Ai, cansada, viu? Casa seis em peixes cagada. Fraca, frágil e sensível. Chata. Me joga fora no lixo bem Sandra de Sá, por favor? Daqui a pouco eu viro Juju Carente (http://www.youtube.com/watch?v=veePqsWp6i0).

xiiii... Te mearon los perros.

estoy baja. soy infeliz. (http://www.youtube.com/watch?v=YYcTF9Kj-As)Lola Beltran.

Aquela cena é genial. Mujeres al borde de un ataque de niervos.

(...)

Ah, tanta lembrança daquela época. Mas você está ótima, Nêga. Ótima. Não tem por quê se preocupar.

Não, não. Gente, se dizem "você está ótima para a sua idade" isso indica o quão velha você está. Afinal quem é daquela época sabe que dizer "daquela época" é coisa de velho. Se você fosse jovem não estaria ótima "para a sua idade".

Agora vejam só. Uma geração que cresceu ouvindo forever young só podia resultar em mulheres balzaquianas libidinosas e fanfarronas que em plena casa dos 30 dançam até o chão, com seus jeans justérrimos e cabelos longos a gritar e a cantar alto entornando vinho y otras cositas más, ora na casa de uma amiga, ora na casa de outra. É a gangue do circuito Casa Carioca. Os filhos de idades variadas entre 5 e 12 anos se espantam boquiabertos com o espetáculo daquelas musas remanescentes e oitentistas. Naquela época mulheres de 30 com esse tipo de atitude seriam piranhas endiabradas botando fogo em algum motel. Os tempos são outros, mais variados, mais variáveis. Acho a pólvora. Será que alguém de 20 anos conhece tears for fears, gente?

(...)

Tou cagada. A poucas horas dos 34 eu acabo de brigar com meu pai. Aquele verme fascista e repulsivo que me brindou com humilhações inúmeras e que me fudeu a cabeça com sua cretinice crônica, com sua persona ingrata e mesquinha, por toda a minha existência infame. Qual a finalidade disso que sinto? A vingança. Queria torturá-lo, fazê-lo enxergar sentindo todo o mal que me fez. Queria vê-lo pedindo misericórdia em pânico como uma cadelinha aflita, dentre outras atrocidades que seria melhor roteirizar e transformar em filme de terror psicológico. Não suporto mais esses meus rompantes abruptos de emoções hediondas que almejam justiça pelo que já foi. Preciso mesmo focar nesse roteiro. Preciso. Não tem terapeuta, psicanalista, rabino ou mãe de santo que tirem de mim esse ranço. Me resta lidar com isso. Ódio. Que ódio. Indescritível. Mas é melhor agir com naturalidade e esperar o dia de amanhã e o de depois de amanhã, porque assim essa sensação faz paracer descansar ao ponto d´eu acreditar na sua inexistência.


Rolling in the deep. You had my heart inside of your hand. And you played it to the beat.

(...)

Louca para ter o cabelo cortado. Louca para viajar. Louca para viver. Louca por mais. Mas sempre tem aquela amiga cabeça, que também leva a vida no perrengue e que me trás o quadro tingido pela merda da realidade e me lembra que preciso me conformar. Sou uma revoltada por natureza. Incorfomada e que insiste em acreditar em experiências híbridas. Vida olímpica. Ai, ai... A cada aniversário que chega fico mais nostálgica. Já disse até que queria ser D. Canô. Imagina. Se aos 34 sinto-me decrépita, imagina sendo Canô. Tinha tanta coisa para dizer. Tanta inutilidade. Minha compulsão se esvaiu. Quero chá de hortelã com orégano. Queria meus amigos.

(...)

É bom quando nos enxergamos. Quando sabemos como somos e não nos frustramos. Mas há ângulos que frustram demais. Tem ângulos que são de fuder. Sabe aquela foto que pegou o seu pior perfil e que fez com que você se sentisse uma bosta total? São esses os ângulos aos quais me refiro. Não posso negar a existência. Teenage Dream . Sente só o drama. Minha trip. Unfortunately it is not FRIDAY NIGHT. E ainda que fosse, a mim, não restaria nada que não recolher-me. Damn . Resta viajar acordado pelas minhas ondas particulares. Nelas, ao menos, não sofro retaliações ou opressões. Being boring - my classic.

lotus machine.



Exaurido pelo efeito de não apenas um, mas de três eclipses, sendo o último deles solar, fui em busca de um refúgio. Algumas músicas me ocorreram. Algumas letras. Algumas imagens. Nada era muito claro. Não conseguia me concentrar em nada. Era mais cedo quando dei um salto no passado. Extraí da memória aquilo sobre o qual lembrava, e o que vi foi o oceano pacífico em plena costa californiana. Meu saudoso exílio. Jamais pisei naquela areia, mas é para lá que fui inúmeras vezes provar das mais deslumbrantes miragens. Lá, bem lá, o sol e a lua sempre brilham devagar e colorem de reflexos inúmeros tudo mais o que houver. Sempre foi lá que meu sonho me deixou descansar calado pelo degredo do meu chão diário. Foi lá, naquele final de tarde de verão em pleno janeiro de 1995, o meu destino, após decolar em lótus, pela primeira vez, por intermédio consciente das ondas transcendentais. Foi ali que descobri a existência de tal veículo que me permitiu projeções incríveis - e que desaprendi a usar. Lembro tanto do barulho daquela chuva farta que refrescava com alento o ar e que trazia o perfume da noite molhada e que custava a chegar. Daquela chuva que caiu profunda e que serviu de condução a minha primeira grande viagem. Éramos apenas eu e o mundo. Em sintonia. Senti-me presente no universo após ausentar-me do cotidiano que naquela tarde também era tão bonito. Cheiro de chuva sobre o gramado vasto pelo qual voava. Era tão simples. Minha respiração me conduzia a alturas suaves de quem se expande sem temer. Meus olhos fechados me levavam às visões múltiplas e muito além dos raios do meu enxergar comum. Era tão leve ser eu e só. Éramos suaves eu e ele em uníssono. A cidade transbordava de chuva e eu me desdobrava pelo ar que dispensava qualquer força gravitacional. Aquela sensação me trouxe uma paz até então desconhecida. Trouxe também uma nova euforia. Pois ali, naquelas alturas, sonhei apenas em permanecer voando. Ainda hoje volto à memória daquele tempo que não se foi. O tempo não se esvai. Somos nós que nos vamos. O tempo é tempo o tempo inteiro. Somos nós por entre ele e não extamente ele por entre nós. Hoje fui lá e cá estou, agradecido, por tê-lo. Não me refiro ao tempo. Pois sim ao mistério. Do encontro. Obrigado.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

a sós.



Insegura com o retorno de seu chefe ao escritório, Gisela tentava acalmar a si mesma desabafando com um colega de lá. Um em especial. Nove anos mais velho, atraente, casado, traços marcados (defina. Ouvi isso sobre ele e jamais entendi ao certo). Por alguma razão impensada, Lauro lhe inspirava confiança. O ar era confortável em sua presença. Bom, mas o importante é que Gisela abriu o jogo com ele. Disse que estava para sair da empresa, pois não havia mais como viver com aquele salário e que planejava outros saltos. Narrou sobre sua vida ao lado de um jovem apaixonado e seu estranhamento diante daquela situação. Disse e disse e disse. Pareceu muito para Lauro, que sempre a percebeu muito reservada. A priori o assunto era o chefe, mas a conversa ganhou ares de desabafo leve sobre a vida e suas expectativas diante dela. Alguém ( o sujeito indeterminado é ela) que precisava ouvir. Lauro seguia a escutá-la, porém voltava cada frase, bem pontuada, ao início daquele parágrafo longuíssimo. Tudo havia começado com o temor pelo regresso do chefe à rotina. Ela seguia a contar e contar e a contar(...)

(...)quando Lauro pensou em silêncio: entendo a densidade profunda de uma essência escorpiana e lunar. O escorpião desenha os contornos mais misteriosos de uma alma que percebe - (tudo) sempre - fora de uma sincronia exata com o tempo alheio. Seja aquilo que é ou que está. Ou aquilo que pode e que quer e que vê e que sente. Tudo é fora do tom. Para tanto exige-se demais do sujeito cujo o traço é o das linhas curvilíneas e de ângulos vários e imprecisos, mas que de tão marcantes acabam sendo revelados facilmente por quem detém o conhecimento. O grande power dessa força mitológica é associado ao inseto que mata e que cura com o seu próprio veneno composto de emoções tão densas que podem lama e que podem barro. Do barro a vida e da lama a morte. O escorpiano lunar sente a vida com a mesma intensidade limiar de quem toca o sobre humano. Isso é bravo e também cruel para quem sente assim. Esse paradoxo infinito é o que exprime com medíocres palavras essa força bruta que queima sobre água. É água com fogo ardendo em brasa sobre sua superfície. São quatro estações em um dia único. E é terra molhada (lhe ocorre sandy. que horror). Lauro vasculha sua mente que brota ideias conexas com o primeiro ponto abordado nessa história. Aquele assunto que primeiro veio à tona. Aquele que os transportou a tudo aquilo que ele via dentro de si. Gisela se afasta, através do próprio som de sua voz, que ao dizer e dizer e dizer (...)

(...) levava o rumo daquela prosa para cada vez mais longe de tudo aquilo, que antes, era apenas uma simples conversa no café daquele andar. As pessoas são malucas, ele concluía. Ela, insegura, pensou que tentar galgar melhor condição em poucos meses na instituição, seria tarefa fácil. Seu chefe, por sua vez, irritado pela maneira como julgou aquela situação, e, sobretudo por ter lhe dado uma vaga em meio a tanta dificuldade, resolveu retaliá-la. Passou a deliberadamente expor seu descontentamento a troco de ironias, não sabia Lauro o porquê, exatamente. Observar uma situação como essa, o fez refletir (mais uma vez) sobre a fragilidade maior de todo e qualquer indivíduo: o simples entendimento entre partes distintas acerca das próprias diferenças. Por que se passam tantas confusões desnecessárias¿ I don´t know, I don´t know (voz de Michael Jackson falando fino, ao ser questionado sobre cirurgias plásticas). Imediatamente as palavras de Michael o levaram a outra cena radicalmente diferente daquela. A noite em que Naomi e Dju quase destruíram seu apartamento no Brooklyn, NY. Conto outro dia, se for o caso.

Por isso que é foda, sabe¿ começo a escrever e surgem tantas coisas na cabeça que nasce uma preguiça imensa e vai dando uma vontade de terminar o texto, a história. Porém a ideia se desarma após o nascimento da preguiça. O silêncio não quer falar, não quer dizer e não quer contar. Ele quer só pensar. Mais nada. E ele gosta de pensar sozinho. Se entretêm ao rodopiar sozinho. Mas aí vem uma vontade de espalhar aquelas frases no ar, como os movimentos de uma dança, que exaltam a liberdade de flutuar pelo espaço das palavras - gêmeas do dizer. Logo tudo fica mais leve e vem a saudade de encontrar com quem ensaiar tão lindos passos. E é então que o leão balança a juba para chamar atenção. E é então que o vento sopra brisa fresca... Vento que sopra sem forma, mas que balança e suaviza o composto do veneno (do ferrão - e sempre dito por um mercúrio(em leão)).

- um bando de abobrinha chata.
- nem sempre. Nem é. Só tem que estar no mood.
- que mood¿
- nesse aí. Não é fácil de esbarrar com um mood assim. Mas rola. Quando rola é bom para caralho. Preciso disso outra vez. Um esbarrão do meu mood com um outro que esteja em sinergia. Na verdade, melhor, quero um mood melhor. Que me faça ver mais, perceber mais e desfrutar mais de prazeres assim. Nessa linha. Virada. Baby, por favor.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

sem.



Eis que o relógio aponta 17h15 e isso significa que o computador delA vai entrar em colapso, como é de praxe nesse mesmo horário, de segunda a sexta. Recebo pelo skype a informação de um concurso chamado “eu amo escrever”. Minha primeira reação foi animada, mas logo senti a pulga atrás da orelha e desconfiei daquela merda. Concurso “eu amo escrever” para uma marca de roupa... Hummmm, tá cagado. Fui ver o texto que lidera aquela fraude, de acordo com a votação do público. Chato bagarai... Esqueci de dizer que o tema é... “viver bem”. Meu cu, Viver Bem! Me dá até uma raiva, sabe? Aquele texto correcto, porém chato toda a vida e liderando o ranking de que público, brasil?! Público... Ui! Não dá. Mau gosto do caralho! Fui interrompida por minha companheira de escritório e perdi o fio da meada. Degustava suculentérrima maça, quando fui questionada: essa é a melhor maça que você já comeu na vida? Melhor safra. Melhor sabor, melhor textura, forma, cor e Estética. Fluidez salutar que impregna meu corpo. Minha mente. Minha mente mente para si. Oculta a direção que lhe foi imposta. Ai, não tou a fim de fazer aquela maldita pesquisa agora. Viver bem? Viver bem é isso, sabe? é deixar algum resquício de rebeldia reverberar pelos poros. Perdi a porra do fio da meada outra vez. Tou desbocada hoje. Adoro. Viver bem... Viver bem é o escárnio da palavra suja e mal dita por benditas razões humanas. É. Estou escrevendo obrigada por mim mesma. Não me respeito assim. Tou com vontade, sabe? Mas não houve o estalo. continuo depois. ou não. sei lá.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

preguiça. (gato de padaria).



to understand how it could be, until you shared your secret with me…. (deve ser alguma cretinice esse segredo ao qual se referia a velhONNA, então Madonna naquela altura.)

Há tantas letras que ainda escuto e me causam espantos póstumos. Passados dez anos, muitas vezes até (bem) mais, é que me dou conta de seus significados subliminares e ou muitas vezes estúpidos, tolos, ingênuos e até geniais. Com isso constato quanta coisa devo já ter perdido por aí.

Eva - fera radical, estou trêmula de sono e enfadada do presente meio em que transito. Não falo sobre meu trabalho. Ele me apetece. Falo dos outros e falo de mim. Falo de mim em relação aos outros. Há um tempo que almejo abortar as maiúsculas de minha vida e me senti encorajada ao ler a entrevista do vitor hugo mãe (ai,ai, por aqueles olhinhos lusitanos), no Segundo Caderno da quinta (não estou segura) passada. Aliás, a entrevista dele foi encantadora. Vontade de me refugiar em um sítio assim (só a fantasia define esse assim), em que haja poucos que valham muitos, espalhando letras por aí. Deve ser isso. Creio estar mais próxima desse lugar, pois que chega meu canto. Só meu e dele. Apenas nosso. Nosso mundo. Ufa! Mal vejo a hora. Já me ponho a sonhar os sonhos lindos que são minhas máquinas de costurar. Faço bainhas nesse instante. Resolvi encurtar participações que excederam meu calcanhar e que passaram a se arrastar sem por quê. Deixei o pano frouxo e solto até ele começar a se desintegrar. Não valia mais. Não combinava mais com o resto daquela perna de calça... Não gostei dessa metáfora. Melhor parar. Hoje saudosa. Do amanhã.

Podemos marcar nosso café encantado? Quando finalmente falaremos apenas das belezas? Das belezas sublimes deles e delas e de tudo que lhes concerne. Espero. Eu espero. Sei que há. De chegar. E de partir. Estamos em hora de ir e de vir. Vamos? Vamos! Um café, por favor! Com leite? Sem? Não tomo. Preciso acordar. Preciso zarpar para algum lugar, de qualquer outro. O que me interessa é zarpar e ir. Atrás. De mim. Com ele.

Coisa estranha. Escrevo para mim como que para você e recebo mensagem sua a me chamar de ‘gatíssima’. Nervosa. Está tudo bem? Jamais fui chamada assim por você desde os idos de nossa trajetória amistosa ao longo de cabalísticos 7 anos. Eu hein. Ao indagada me foi dito: não posso ser querida? Eclipses causam efeitos raros. Resquícios eclipsianos. Como lidar? Atônita. Espero que se esvaia e logo essa vibração. Eclipses mexem e é sem propósito definido. Torça para o do bem estar no seu caminho. Me fui. Eu vou. Eclipse me fez gata de padaria. Gata gorda. Preguiçooosa. Que se espreguiça enquanto age. Que se espreguiça quando vive. Para quem a vida é mais preguiça. Então está.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

inspiração da musa

Saudosa musa sagrada da nova aurora, amada Savannah, (... resumo de um ou dois anos de uma existência ...). , sem mais rodeios dou seguimento a nossa última conversa. O óbvio ululante dessa vida, é que ela é uma batalha mesmo. Com vitórias ou com derrotas, porém sempre um imenso e vasto campo de guerras (de toda ordem). Resisti anos à infantaria, mas me rendi. Hoje bato continência e visto minha farda mofada. Mantenho-me sempre a postos para qualquer jogo (sempre sonhando com as férias). Sem jamais perder a ternura. Afinal o lúdico é minha proteína e é por isso que me visto com as roupas e as armas de Jorge (fica tudo mais legal assim)! Imensa, imensa saudade de você, que sempre habitará meu coração, como uma das criaturas mais lindas e especiais que tive o privilégio de encontrar nessa existência. Você é e sempre será minha musa Savannah, que eu amo, seja lá onde estivermos. Querida Sílvia (piranha!!! Lembra?), Suplico seu perdão. Recebi sua carta pouco antes da viagem para Compostela e voltei há 10 dias, ainda tentando me organizar. Fiquei muito emocionada com todo o seu relato, as histórias que se passaram até aqui... Muitas dificuldades, muitas bênçãos e, sobretudo muito crescimento, não é? Você ainda é a mesma e é completamente outra... Permitiu que o tempo fizesse marcas e tenho certeza (embora parecesse impossível à época) está ainda mais bonita por elas. Infinita é a beleza que só o tempo traz (e muito cara a que o cosmético tenta, em vão, comprar). Infinita é a dimensão da beleza original proveniente do acúmulo de vida que passa por nossos olhos... O amor que se confirma a cada desafio é a espinha dorsal da vida. Estou bem. Fazer o caminho foi uma experiência luminosa. Voltei mais certa de que não consigo estar longe das pessoas, por mais que ame o Sebastião e a natureza. Estou, agora, mergulhada nos estudos para o ingresso na Universidade Real, ao fim deste mês. Lá terei um trabalho legal, mas longe de casa... Terei que submeter o casamento a essa prova, mas preciso honrar meu primeiro compromisso que é com a minha própria existência e fazer dela algo com sentido e à serviço dos meus ideais já tão maculados. Deixar-me-á imensamente feliz uma visita sua e acompanhada do Bento. Será uma alegria. Às vezes tenho que lutar contra a ideia de que ter vivido no Rio não foi um sonho, tamanha a diferença de experiências que vieram depois. Contudo, sua imagem neste sonho é de alegria e força. Um grande beijo. Amo você. Para sempre, Savannah. - Diana, que merda é essa?! Achei um cu, Diana!! - Mas... Chefe!!Cu é bom, chefe! Cu é bom! (George Bataille). - Vai reescrever esse cu, essa merda, Diana! Diana fechou a porta com muita calma. Conteve todo o seu ódio. Recostou-se na porta da sala de seu chefe e pensou alto: enfia a mão no seu cuuu e rasga, viado de merda! Que ódio! A porta abriu e Diana gritou ao tomar um susto: puta que pariu!! Que susto! Desculpa, disse ela ruborizada sentindo o coração a boca. O chefe saiu em busca de café cagando solenemente para o pequeno faniquito de Diana. - Netuno em Peixes ou o contrário, em 2013 now! É isso o que mais quero. Velho escroto... (entre dentes) Que ódio! Disserto sobre isso depois. Obrigada. Diana.