quinta-feira, 17 de novembro de 2011

diamante da ilha.



Prezada Diana, ou melhor, Diana apenas. Prezada é o caralho! De saco cheio desse monte de informalidades imundas, sórdidas e hipócritas. Olha, Diana, li tudo o que você escreveu na última carta e vou direto ao assunto: não tenho nada para te dizer. Você está de-ve-ras chata. Entendo. Entendo tudo. Sou mulher, sou fêmea, sou fatal. Mas só percebi isso ontem, ao sair da Martinica, depois de ingerir por 6 dias aqueles kilos de quinua boliviana, que importei para a missão. Não seria capaz de engolir nada, além disso.

Ai, foi difícil, viu? Já deu uma olhadinha na Suzan? Alguma novidade astrológica quente? Pois eu tenho. Eu, que nasci com a Vênus em Câncer no mapa natal, fui premiada com um trânsito que levou a mesma Vênus a uma regência (temporária) leonina. Causou furor. Total. Crise no casamento. Crise na profissão. Crise. E eu?! Só sei que quero mais! Necessito ser mais bem tratada, mais valorizada e muito mais reconhecida. Preciso de alguém que me corteje e que prove que estou certa. Certa de que sou o máximo. Quero situações que fomentem minha segurança, que espalhem meu brilho, meu glamour, minha glória. Estou assim. Quero coisas simples. Quero somente o mais!

A astrologia vem me conduzindo por novas percepções e tenho tão pouco tempo para fazer valer meus mais densos anseios. Eike ansiedade, gente! Diana, acorda! O tempo tá aí, na cara do gol. Já temos 30 e poucos! Estamos em plena meia idade. O que nos restará após os 70? Espero, meu amor, que muito dinheiro e sucesso na geladeira. Como assim?! Sucesso se guarda na geladeira, minha querida. Ai, sei lá, um lance assim. Penso em dizer e dizer, porém sou somente capaz de vomitar um texto solto que diz mais a mim que a você. Mas o que poderia eu fazer? Cansei da minha vida erudita e dessa militância engajada e alucinada. Quero mesmo é me arrepiar inteira ao mirar um mancebo alucinante que me faça vibrar o corpo dos pés a cabeça. Quero tom sûr tom em minha juba cristalina. Quero, quero, aiê... Como eu quero.

“(...)o que você precisa é de um retoque total, vou transformar o seu rascunho em arte final. Agora não tem jeito, cê tá numa cilada, cada um por si, você por mim e mais nada (...)”. sou cafona, sou apaixonada.

Entendeu? Me apaixonei na Martinica, Diana. Me fudi! Me fudi? Me ajuda, Diana. Cadê o guru? Cadê? Passa o telefone? Faz alguma coisa! Maldito arrepio que me suplanta a mente e a razão. Ai, me inundo de desejo. Deliro naquele beijo que não dei. Só consigo me arrepiar. Perdi 3 kilos de quadril, só de pensar. Isso sim é spa humanitário. Não sei se perdi a razão ou se a encontrei naquele membro do panteão solar. Meu Deus, sou somente sua! Me leva com você! Meu sangue corre feito tsunamis, minhas veias não suportam tanta pressão! Aiiii, que delícia de sentir.

Jamais fui tão feliz, Diana. Desamarra esse bode, mulher! Se entregue a luxúria que não passa de portal pros encantos dos desejos que se fundem ao universo em desalento. Sai dessa, Di! Pula na canoa do brejeiro e balbucie feliz: “(...)tudo fica mais bonito quando você está por perto. Você me levou ao delírio por isso eu confesso, os seus beijos são ardentes(...)”. malemolência mais safada e divina.

Aiiii, que suspiro dengoso que me faz mais tão plena. Meu cérebro desceu. Pensava que isto só era fenômeno entre os homens, mas ledo engano meu. Não tenho cabeça. Não temo a vagina. Penso através dela. Sou bicho, sou fera insana que caça na mata que arde em brasa por um beijo. Estou transtornada de felicidade. Não penso mais. Não penso. Eu suo. Suo os neurônios pela carne que se amacia pelo calor que me arde e me leva a loucura. Jamais, antes nessa vida insana, imaginei que justo eu, compreenderia a Alcione pelas entranhas. Minha estranha loucura. Seu beijo no meu.


urubus truculentus. Sou escárnio.

Sabe o que sou de fato? Um piranha platônica. Somos. Por fim devo dizer que: se eu for à Fort-de-France não respondo por mim. E tenho dito. Tou fora de mim. Não sou mais nada sem minha fantasia. Que sufoco.

Paola.

Nenhum comentário:

Postar um comentário