
banzo. Sinto banzo da delicadeza que imagino ter havido outrora. Sinto banzo da doçura da tenra infância. Banzo dos remotos primórdios em que sobreviver exigia mais comunhão com a vida em sua máxima expressão, a natureza. Sinto banzo das líguas que não falo, das culturas que conheço por intermédio da literatura. Assim como dos registros de vidas que tornam-se eternas e não perecem jamais, por suas letras exprimidas em papéis. Infindas folhas que contam, como as gotas de orvalho, que a sensatez da calma e da lentidão dos processos vitais é o que traz conotação onírica e vivaz ao espetáculo do divino Eterno. As histórias sem fim compõem o terrível mistério sobre-humano à compreesão dos reles mortais como eu. Como você. Como nós. Como as nozes que desfrutamos. Como o alimento que sorvemos agoniados, aspirando a vitalidade infindável que nos aprisiona e por vezes escraviza na batalha contra um tempo Senhor dos segredos que não se revelam pela simples vontade. Apenas é possível percebê-los sentindo-os e entregando-se a convicção de que não há cultura que possa dissolvê-la em palavras que não têm a potência de definir o indizível. E assim posso me redimir ao sacro banzo e viver em plenitude com o deslumbre das revelações que se dão no seguir do Tempo que é a Vida, a roda da fortuna. Sorte e banzo. Banzo e andança. Andarilhos do Tempo. É preciso servi-Lo. É prazeroso senti-Lo. Deixe-O entrar. Pois Ele e apenas Ele pode transcender-nos. Que as gotas do orvalho nos sirvam por Mestres. Majestosa senhora Oya! Que suas trovas e sonidos magnânimes nos acordem para o hoje e para o sempre! Que as águas perenes dos rios d´Osun nos embalem, nos acalentando à sobrevivência servil ao Tempo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário