quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

pai.





Eva, sou mesmo uma louca. Sentir demais dá nisso. Nos torna loucas. Mas quem não é assim? Até quem diz não ser, no fundo, apenas reprime as emoções. Todos sentem muito. E sentimos muito por tantos. Estou sempre, inexoravelmente, tentando me acertar comigo mesma. Seguramente, essa é chave para a expansão da consciência e enaltece a outra face da liberdade que não consegui voar (ainda). Você, mais que ninguém, sabe o que isso representa. Gente, devem jurar que sou lésbica e apaixonada por você, se lerem isso. Ui! Arrepiada. A opinião alheia importa? Devemos pular fora dessa ideia tão fora de magia. Bom, voltemos. Fato é que sou leve. Se estou eu sou, não é? Por isso fui direto ao SOU. Porque sou soul e esse trocadilho é sei lá. O que venho dizer é que conversei com o velho. Fiquei surpresa ao pensarem que éramos amantes. Fiquei incomodada e disse PAI algumas vezes, um tom acima do bom, para deixar claro para o mundo (eu mesma nesse caso. Sou o mundo.) que eu falava com meu PAI. Sou tão orgulhosa por isso. Por tê-lo, por sê-lo e por nosso acordo de contas sereno e imprevisto, mas que cabe perfeitamente no momento que é o sempre. Sempre feitos de amor. Refeitos de amor e de idade, que brotou aprendizado e rugas. Rugas são como rios e seus afluentes em nossa pele. Rios que correm mapeando o vivido, que cresce conforme o curso das águas (elemento emocional), mas a mim, hoje, lhe digo, é símbolo valioso e feliz. Quero ser um maracujá de gaveta! NOT! Ainda bem que a cosmética não para de progredir. Mas as rugas sempre surgirão. Penso em me prevenir do excesso de botox, de qualquer maneira, afinal, nessa viagem de alusões de rios às rugas, eu temo também a tromba d´água. Imagina aparecer com a cara da velhONNA? Seria muita falta de dignidade. Porém, devo dizer, que o diálogo entre mim e meu ancestral foi gratificante e me refez, do que pensava eu desfeito. Reconstruiu o concreto sentimento que não tem palavra, mas que resulta em paz. Agradeço ao... Não sei como chamar sem parecer uma carola profana. Bom, aos amigos, melhor assim, que têm santíssima paciência. Esqueci de dizer que até para o mais ferrenho ateu, seria possível ver meu falecido avô a mesa. Foi ele o elo e a alegria daquele encontro imerso em absolut lima da pérsia e melancia com gengibre inebriante. Tudo passará. Tudo. ABSOLUT {amente (em)} tudo. Seja lá o que for. Esse é o maior lema que podemos seguir. Por isso, quero aproveitar a maré boa e celebrar dois de fevereiro com você!! E, também hoje, oferto a deusa maior, de nossa latinidade nagô, minha alegria e meu obrigada! E a propósito: também não assisti a Vale Tudo ontem.

Beijos, Diana.

4 comentários:

  1. Amei (2). Sua inspiração é única, querido!

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  2. marcosvasconcellos disse...e corrigi
    Querida Diana, vejo daqui de tão longe todas as agruras que você tormentosamente passa. Penso que não há nada que não possamos tirar proveito, por mais desastroso que no momento se entenda - a vida tem o seu lado cruel !Mas entenda como um trem que passa por várias estações em que umas não encontraremos o pipoqueiro, em outras somos assaltados e a nossa bagagem some, não sei como, e somos presos e tomados pelos seguranças como quem não tem boa procedência e detidos momentâneamente. Porém, existe uma estação azul e brilhante em que chegaremos finalmente ao nosso destino feliz. Não deixe que ela passe! Não se distraia com as crianças rindo e gritando, que pela mãos da mães alegres compram algodão doce e picolés doces prometendo à elas que a viagem já está acabando. Pois, eu me distrai com elas e agora não sei como desembarcar e sair do comboio e pegar outro que volte até a minha estação de destino final. Portanto, querida Diana, a vida é assim mesmo e se você souber qual a estação de destino ,não se acanhe - puxe o fio que freia e trava as rodas do trem!Sacudirá um pouco e as pessoas cairão umas sobre as outras, as malas cairão em cima dos viajantes revelando coisas indiscerníveis e íntimas, e poderá sair alguma confusão e uns poucos olhos roxos, mas enfim a liberdade! O passarinho foge da gaiola e o céu prometido se alcança e uma nuvem será seu circo de alegrias e um ninho quente lhe espera prontinho bem lá no alto do pinheiro perto das estrelas só para você! Atenciosamente Papai Pardal!

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