terça-feira, 6 de setembro de 2011

sem mais.



Véspera de feriado. Um alívio momentâneo. O romper de um tempo entediante que se repete e se repete e se repete e que se confunde ao me confundir. Sei ser em vão refletir sobre esse assunto. Esse caminho não leva a nada. Nada adianta. Que fase. Nada parece ter solução. Resta-me aceitar as limitações saturninas impostas pela vida e me entregar ao prazer – frustrado - dos mais delirantes sonhos netunianos. Outro dia fui obrigada a escutar de uma senhora a seguinte frase:

- ah, você não conseguiu isso (algo que queria muito e que cheguei a sentir o gostinho, quando de repente tudo foi para os ares)? Pôxa, ao menos você sonhou... E isso foi dito com um sorriso bem fofo (e que me pareceu puro cinismo).

Preciso dizer o que tive vontade de dizer a ela? Ai,ai... Acho que não, né? De que adianta um sonho quando irrealizável?

Minha rebeldia uraniana corre em círculos sem qualquer aspecto que a faça valer. Ela existe e pulsa em fúria buscando expansão. Contudo, percebe-se tolhida. Completamente contida ela pensa em explodir. Se presa ela é sem razão. Pobre da rebeldia que pulsa para não ser nada. A inutilidade absoluta da ideia controversa. O contentar-se com a liberdade de um pensamento que pensa voar e que jamais se expande. A foda mal dada que tornou-se a vida quando não se é quem se sonhou.

- Que triste.

Foi o que escutei ao ler o texto acima para a Paola Bittencourt.

Eva, amiga querida. Como é comum, tu nada dirás a respeito disso. Pouco te importa meu drama pessoal. Pouco importa a minha vida para ti e para o mundo. Não sou nada. Sequer uma ninguém. Se sou sem ser o aquilo que sinto, para que, ora bolas, cá estou? Para isso. Para afogar minha angústia nessa poça de letrinhas que se faz do meu pequeno pesar.
E assim segue a vida. Uns satisfeitos e outros não.
Não se preocupe (sei que sequer preciso pedir), amanhã será como ontem e como o dia depois e tudo seguirá tal qual como agora. Sem mais.

Diana.

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