terça-feira, 4 de outubro de 2011

on the road



Sabe quando alguém te pergunta como você está e é impossível disfarçar? Não estou péssima, mas estou. Sinto-me presa. Don´t give up the fight! Era tudo o que precisava ouvir para tentar uma reação.

Minha vontade louca me diz assim: - levanta dessa porra desse marasmo e vaza! Não tem nada para você aí. Trabalho chato do caralho. Gente nada a ver contigo. Essa grana curta que você ganha aí não serve para comprar sequer um bode, querida. Levanta e vai atrás!!!

- Não. Não posso. Tenho o aluguel. Tenho tantas coisas para pagar. Todas as minhas dívidas. Todos os meus débitos. Tudo o que preciso. Tudo o que desejo. Tudo aquilo sobre o qual eu divago. Todas as minhas dúvidas...

Que bizarra a sensação de ter tudo e de não ter nada. Se tudo o que tenho é provido por terceiros nada é meu, não é mais ou menos isso? Tenho que seguir em frente. Tenho que fazer algo que me apeteça. Tenho que saber o que gosto de fazer. Tenho que isso e tenho que aquilo. Sempre soube que tenho muitas coisas, mas há anos busco algo que não tenho. Há anos busco o que ninguém jamais conseguiu me dar. Tento encontrar tudo o que não sei nem como é porque eu nunca tive. Eu tento tanto, mas ao final estou em um movimento circular em que não é possível identificar o começo ou o fim desse ciclo de não respostas.

- Queria apenas me divertir.

Tá tudo dentro de mim. Toda essa explosão de vontades. Mas elas não podem ser cuspidas. Não podem. Eu sou presa às mentiras que todos contam. Eu sou presa às verdades mentirosas que me fazem seguir uma estrada que não dá em lugar algum.

- É... “é preciso um bocado de tristeza (...) a tristeza tem sempre uma esperança de um dia não ser mais triste não”. Sabe o que é pior? O samba é uma tristeza que balança. Fudeu mesmo para mim. Nunca soube sambar. Como vou balançar minha tristeza? Ao menos já senti a luz do coração sambando em outra cadência, quando venci fronteiras e fui quem eu quis por aí. Ah, Senhor, dá-me a chance outra vez de flanar pelo mundo a buscar! Dá-me, ó Senhor! É preciso alimentar o espírito um pouquinho como uma injeção de prazer, sabe? Já tentei de tudo. Chocolate, vinho e por aí vai, mas quero passear pelo mundo a fora. Já cansei da cidade que não tem mais fim (ou que é o fim).

E o Mauro lá tão longe. Saudade arde e aperta o coração. Caramba! Não lembrava mais. Sou um arco sem flecha. Estou tão confusa (nada a ver com ele). Não sei mais o que sinto. Como faz falta aquela sweet sensation de quando estamos into the groove. É apenas isso o que tinha para dizer. O mesmo se sempre. É só o que dito há alguns meses desde que me dei conta de que o alívio virou martírio outra vez. Foi, portanto, que vim aqui. Do lamurio fiz pequena oração. É assim mesmo. Melhor transformar a maneira de dizer o mesmo. Quem sabe assim eu vejo o tudo igual de uma maneira diferente.

Tanta vontade de abraçar o Mauro.

Diana.

Nenhum comentário:

Postar um comentário