terça-feira, 28 de junho de 2011

Rwanda hell

(...) Eva, abi, Eva! Jamais entenderiam tão sutil dialeto, não? Pouco me preocupa essa babaquice. Eva, estou mesmo catatônica com as notícias que ouço, diretamente de Ruanda e do Congo. Finalmente a genocida e facínora, Pauline Nyiramasuhuko, foi levada à prisão (perpétua). Qualquer atributo degradante atribuído a essa mulher jamais se convergiria em redundância. Seriam apenas e sempre escassos. Estou sob estado de choque há algumas horas, desde que descobri que o capeta tem um rosto e que não lembra em nada o de Adolph – o cramulhão (argh!) mais pop da humanidade. É preciso dar face ao inimigo – aos possuídos pelo Ódio. Em meio ao inferno povoado por tutsis e hutus reinava essa urubu (foi ministra dos direitos das mulheres - ?!?!?!), responsável por uma das mais cruéis carnificinas da História ( em seu posto, dentre tantas atrocidades, incitava o estupro...). A primeira, e que infelizmente não deveria ser a única, mulher condenada por tal brutalidade. Lamento que ela seja a única pelo simples fato de reconhecer a existência de tantas outras portadoras desse mal inominável. Disseminadoras do germe, dos genes e tudo mais que o possa servir à mais peçonhenta maldade. Hoje compreendo o porquê da Paola Bittencourt ser professora dessa cadeira – Genocídio. A mestre, por vezes incompreendida, é porta voz de uma vertente social que se ocupa de dissecar as "fofocas" mais sórdidas da humanidade. Até me interessar pelo assunto, desperto em um estudo direcionado para meu ofício diário, confesso ter achado peculiar tal interesse. No entanto, desafio ao mais cético dos mortais a não ceder ao fascínio que inspira o oculto universo de indivíduos enfermos pelo ódio que lhes dá face, voz e poder. O poder mais desconexo e infundado que alguém pode exercer. Nesse sentido, é que lamento (apenas resta-nos lamentar) a improvável desqualificação da produção acadêmica dos últimos anos, ou das últimas décadas. A Educação goza de seu mais desgostoso declínio e vivencia a mais absoluta decadência. Como isso se faz possível?! Pensadores como a Paola Bittencourt podem nos conduzir a novos rumos, através das mais profundas e extraordinárias reflexões. Pois ao certo, raríssimos seriam os indivíduos que entenderiam do que se tratam minhas referências nessa carta a você. É de retumbante importância adquirir tal consciência para que nos desfoquemos de nossas vãs misérias diárias e nos desdobremos para a amplitude de nossos possíveis papéis em terras além. São as incômodas verdades trazidas à tona, pelas Paolas da espécie humana, que nos transportam para um universo que conspira pelo socorro de uma humanidade, que se desfaz ao degustar do dissabor de seus letais venenos. É, portanto, que divago solta por meios incertos. É portanto que digo o que sinto, ainda que mal dito. Não é da água de Paulines e Adolfos que quero beber. Ah, Paola sugeriu elimar 0.5 pontos da média final do corpo dissente do Mestrado, caso não a sigamos em seu twitter ou caso não curtamos seu perfil no facebook. Achei coerente com a cadeira. Espirituosa. Aliviada e vibrante, reitero, pela prisão desse monstro denominado Pauline. E a bandeira de Ruanda é tão simpática, não? Jamais associaria aquela imagem a da brutal realidade ruandêsa. Bobagem minha essa observação. Até breve (tou puta. Tou passada), Diana.

Um comentário:

  1. Querida Diana,
    Fico grata pela referência e pela compreensão. Precisamos despertar a consciência em mais Dianas.
    bjs,
    Paola Bittencourt

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