quarta-feira, 7 de julho de 2010

o velho Inca.





conheci um velho de origem Inca. Ele é bem velho. Tem ar de pajé. Pele bastante enrugada, olhar cansado porém esperto.Sempre pleno em esmero, ele costuma enaltecer a sua vivacidade. Ele também sente orgulho de seu caos, e por através dele ter vivido. Caótico é a palavra que melhor o define, de acordo com o breve contacto que tivemos. Além disso, ele é arrogante, tempestuoso e também irônico, sagaz, experiente e gentil. Este velho corrobora a tese de que o idoso torna-se criança outra vez e talvez por isso muitos sejam tão autênticos. Sob a aura de um índio ancião ele me ensinou que a velhice é sábia e que o corpo expressa a majestade do Tempo e valida o seu poder. "Já o velho assim não o é, necessariamente", ele me disse. Todavia é preciso observar o caquético e aprender com ele. Atentar a ele com expressivo silêncio e absorver seus ensinamentos. Pois o Hoje é, dos deuses, o mais presente e é este quem nos atende para o amanhã impensado. Ao contraditório e autêntico velho, que conheci, eu o agradeço por ter realizado um feito pelo qual desejo viver: me permitir escrever e criar. E isto não foi o Inca quem me ensinou.

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