quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Fanfando to survive.







Tenho uma amiga casada faz alguns anos. Vive em crise. Normal. Deixa eu contar um pouco dela para vocês entenderem. C. cansada de anos de ralação brutal, cansada dos turbulentos confrontos familiares (mãe filha da puta, pai alcoolátra, irmãos recrutas das FARC), cansada de toda a sorte de vagabundos (homens que nunca deram valor a ela, talvez porque estivesse sempre bêbada... Bêbada de cansaço da vida, gente... O vinho relaxa afinal.), resolveu se aventurar pelo mundo. Como estava dura, o mundo mais próximo era Itacaré. Para lá se dirigiu e, impossibilitada de internar-se num bom spa relaxante, resolveu apelar para o decadente estilo de vida hippie. Que no entanto rende ainda boa diversão em certas alturas da vida repleta de perrengues. Estou sendo bem breve pois C. clama por discrição... Não quer sua vida muito exposta por aí. Exaurida em último grau, por lá se refez. Redescobriu os prazeres de andar nua e banhar-se sob o pôr do sol em águas límpidas e mornas e com o mar vibrante em marolas reconfortantes, que ela acreditava, levavam embora suas mazelas espirutuais. Nada mais pertinente ao pensarmos que C. estava entregue à sombra do olimpo dos Orixás da eternamente mágica, Bahia. Em Itacaré C. refez-se de corpo e alma. Já reenergizada e fortalecida, decidiu reenfrentar seu mundo e voltou para o seu ninho... A cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Passaram-se uns meses e C., inusitadamente, num jantar entre amigos, conheceu seu príncipe encantado. Um homem mais velho, quase em idade para ser seu pai. Poderia sê-lo, na verdade... Encantou-se! Ah, o clássico complexo de Electra entrava em ação. Bom, sem muito saco para dar detalhes, C. casou-se com este homem e tiveram um filho. O esposo, nascido em berço esplêndido, ofereceu a ela o que havia de melhor neste mundo dos homens. Apartamento novo e reformado, viagens, jantares, carros e tanques e mais tanques de combustível uma vez que C. amava dirigir e dispensava motorista. Compraram mais um apartamento, o que era imprescindível para C., que amava oferecer festinhas a amigos e afins. É uma festeira nata essa minha amiga! Caprichosa, C. decidiu curtir a vida a valer e com toda a força e gana que tinha, para se divertir como se não houvesse amanhã, como se a vida não tivesse seus limites. E eu sempre ali de pertinho, acompanhei tudo. Uma de suas melhores amigas tinha um casarão em frente a uma praia, que era para C., um refúgio fundamental, sempre que precisava recarregar as baterias. Depois da Bahia, ela "entrou numa onda" de ser filha direta de Yemanjá e assim sendo, um bom mergulho, podia resolver qualquer probleminha. Ao perceber, com toda clareza que o sol pode espelhar, que seu marido havia assumido o papel de seu pai, sem o menor constrangimento, eu simplesmente estimulei minha amiga a demandar com todo o carinho de "filha" presentes e brinquedos novos. Um dia, C. me contou, quase com uma pontinha de depressão, que sua amiga M. havia comprado um laptop desses de última geração da Apple...E C., quase resignada, me disse que no natal (estávamos em junho) pediria um de presente ao "pai". Eu, que não sou nenhuma boba, disse a ela para pedir a-go-ra! Era uma maneira de testá-lo. Não é que ele prontamente atendeu seu pedido e em uma semana C. estava com seu note brilhando sobre a mesa de sua casa! Virei conselheira mór da minha amiga. Ela fez lipo, contratou mais 4 empregadas e fez umas viagens curtas para renovar o guarda-roupa. Estava, tal como ela, cansada daquele carro (que já ia fazer um ano) e aconselhei que C. demandasse um outro mais caro. Desta forma, ela prontamente foi atendida. Com isso, cansadas do trânsito, pedimos (já me incluo nisso) uma lancha para que pudéssemos ir à casa de V., nossa amiga do litoral oeste da cidade! Hoje, C. me contou que Xuxa se casará com Szafir. Vaca máxima que é, e entregue ao cômico mundo das fofocas "célebres", decidiu ficar amiga da ex-apresentadora (ainda é? Sei lá. Não curto) e achou que com uma lancha poderiam se cruzar por Angra e com isso tornariam-se amigas. Quer mesmo é ser convidada para alguma festa. Aquela beócia dá festa? Eu, como boa súdita, disse que achei o "máximo" o pedido e estamos aguardando a lancha. Bom vou dar uma "pastada" com C. e vamos abrir um veuve rosé.

Ouvi isso de uma amiga. Apavorada! Sabedoria? Vazio? Desespero? Cretinice? Como anda o mundo, não é mesmo? No entanto, no exato momento, sem Xuxa, naturalmente, eu preferiria estar em uma lancha fanfando por aí.

Sônia.

2 comentários:

  1. hahahhahahahahhaha
    Gente, o objetivo da minha vida também sempre foi querer ser amiga da Xuxa!!!!
    Preciso!!!

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  2. Adoreeeei, amor!!! Você é certeiro, maravilhoso! Te amo!

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