quinta-feira, 25 de novembro de 2010

diana.




fui tocada pelas mão de um Orion inusitado e senti-me encantada pela força da beleza. Saí rumo a casa e escolhi o caminho celestial, em torno do espelho d´água em que se reflete o nobre e intocável olimpo. Cercada pelo relevo, encoberto pelas matas, eu andei através do sopro morno que anuncia o prenúncio de uma nova estação. Sublimei o caos e as incertezas. Envolvida pela aura mítica da mais sincera transcendência. Transgredi o corpo e fui para o além das maravilhas sentidas. Deparei-me com semi deuses que corriam lentamente, desfilando a juventude viril de corpos olímpicos, em trajes febris. Dourada pela emanação celeste, segui à luz da vibração sutil e transgressora que, pouco a pouco, me levaria de volta a terra dos mortais. Em meu retorno, permaneci sintonizada a tamanha e tão suave força. Eu vi Diana. De pele castanha e olhos absolutamente azuis. Em uma linha de espera, fui refeita daquela mística aventura espontânea. Observei seus doces lábios que exaltavam o branco límpido de seu sorriso cálido. Seus longos pelos trigo encostavam em seus seios fartos e indizíveis. Senti desejo. Senti intensa admiração. Senti amor por aquela que representava a mim. Diana plácida. Essa eu sou. Ela eu fui pelos minutos infindáveis, dos quais gozei em meu encanto, fora do tempo. Mergulhei no ar sagrado. Eu sou a vida. Eu sou deusa voraz e tênue. Suave como o sublime. Sutil como a revelação. Vibrante como as cores do universo vedado aos olhos nus. Embevecida pela água gélida de um verde coco, retornei a morada, segura, de ser aqui o meu lugar.

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