quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

veranil feelings.




eu implico com os verões eternos daqui do Congo. Implico. Me irrita suar demais. É incômodo essa alegria desesperada das pessoas nas ruas. Essa horda de turistas insanos e cafonas que invade a cidade. O natal. O reveillon. Essa agitação voraz que busca um não sei o quê. No Congo o verão jamais termina. Apenas dá trégua no meio do ano. O verão precisa respirar profundo para soprar seu bafo quente e insano por quase 9 meses. Aliás, bastante simbólico esses 9 meses, não? Ele é gerado por 9 meses. É um capeta que arde sem dó. E através de sua qualidade diabólica, o arguto verão consegue atentar até arrancar a subversão dos corpos febris. Mirando os alhures de minha janela eu cedi ao profano e fui queimar a pele em brasa sob o sol luminoso da estação. Passei a tarde na sarjeta das areias e me deliciei nas marolas mornas de Netuno, aqui em África, Yemanjá. Com a mãe frondosa me diverti nas águas do arpex! Com seus milhares de outros filhos, meus irmãos de carnavais, também! Amei o verão. Me apaixonei outra vez! Peguei minha bicicleta e ao voltar para casa, olhei o tempo infinito. E pedi ao verão que seja longo! E ele também sua. Sua tanto que vira tempestade!

Nenhum comentário:

Postar um comentário